quinta-feira, julho 26, 2007

A nova paixão

Encosta-te a mim,
nós já vivemos cem mil anos
encosta-te a mim,
talvez eu esteja a exagerar

encosta-te a mim,
dá cabo dos teus desenganos
não queiras ver quem eu não sou,
deixa-me chegar.

Chegado da guerra,
fiz tudo p´ra sobreviver
em nome da terra,
no fundo p´ra te merecer
recebe-me bem,
não desencantes os meus passos
faz de mim o teu herói, não quero adormecer.

Tudo o que eu vi,
estou a partilhar contigo
o que não vivi, hei-de inventar contigo
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem, encosta-te a mim.

Encosta-te a mim, desatinamos tantas vezes
vizinha de mim, deixa ser meu o teu quintal
recebe esta pomba que não está armadilhada
foi comprada, foi roubada, seja como for.

Eu venho do nada
porque arrasei o que não quis
em nome da estrada
onde só quero ser felizenrosca-te a mim,
vai desarmar a flor queimada
vai beijar o homem-bomba, quero adormecer.